Trabalhos realizados com os adolescentes em situação de conflito com a lei. Ministrei cursos de texturização, pintura decorativa , informática, desenho de móveis , entre outros. Projetos realizados no período de 2012 a 2013.
Segundo alguns estudos, o fenômeno
contemporâneo do ato infracional juvenil
está associado não à pobreza ou à
miséria em si, mas, sobretudo, à desigualdade social,
ao não exercício da cidadania e à
ausência de políticas sociais básicas supletivas e de
proteção implementadas pelo Estado. É
a convivência em um mesmo espaço social de
adolescentes pobres e ricos que avulta
a revolta e dificulta sua busca por reconhecimento
social na direção da construção de sua identidade.
Em que pese o fato de o grupo dos adolescentes
que só estudam constituir-se na
maior parcela do total de adolescentes
do Brasil, cabe chamar atenção para a proporção
de jovens de 12 a 18 anos que não
trabalham e não estudam. Trata-se de um significativo
contingente de mais de 2 milhões de adolescentes
que se encontram fora da
escola e do mercado de trabalho e
vivenciam, provavelmente, a cobrança perversa de
uma sociedade em que a inclusão social
do indivíduo passa pelo trabalho e/ou pela
frequência à escola.
Um outro aspecto dessa situação é o da
ociosidade, e, se isto já é péssimo para um
adulto, o que não deverá representar
para a autoestima de um adolescente que é repleto
de energia e vivencia a fase da vida
em que tudo acontece com um ritmo intenso de ação?
Perto de 70% do contingente de 2
milhões de adolescentes que nem estudam e nem trabalham têm entre 16, 17 e 18
anos de idade, e mais de 60% são meninas.
Cabe destacar que geralmente a
inatividade feminina nessa faixa etária se caracteriza
pela ocupação nos afazeres domésticos
e nos cuidados com as crianças da família, realizados
sem qualquer remuneração.
Fonte:inpea.gov.br